segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Estradeiro

Quem me vê, talvez não saiba, as razões de um vira mundo
Não se encontra a flor da água, é um sentimento profundo

É sentir falta de coisas que já tive e perdi
E ao mesmo tempo saudade de coisas que não vivi

Quem me julga não compreende, que verdadeiro sou eu
E não há nada de errado em buscar o que é seu

O preço que pago é alto, não ter dono nem querência
Mas caminhar é a razão de minha humilde existência

Há uma verdade linda, nesta poesia de andar
Um mundo que se desfia, numa simples troca de olhar



O que eu colho pela estrada é só meu, de mais ninguém
Alegrias e saudades, sentimentos que se tem

Nunca colhi tristeza, pois estas nascem por si
E as vejo no caminho, desde o dia que parti

E assim por ser estradeiro, não me apego nem me aprumo
E a cada dia que nasce, eu escolho novo rumo

Até que chegue a hora de invernar meu coração
Pois já terei encontrado o que buscava então...




    

O que procuro na estrada talvez nunca vá achar,
Pode estar aqui tão perto, ou distante do olhar

Pode ser que nem exista, fora do meu pensamento
Mas vou deixar pela estrada amizades e alento

Se não volto pra querência e continuo a andar
É por que não tenho rancho ou bem querer pra voltar

Mas existe um bem maior invernado no meu peito
Que vou vivendo cada dia, simplesmente do meu jeito

Eu já aprendi que o tempo pode ser bom professor
Porque aonde existe ausência, também pode haver amor


(13/01/10)

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